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O clima de apreensão toma conta dos moradores do município de Alto Boa Vista, em função da desintrusão da área demarcada sobre as terras da antiga Suiá Missu, na localidade do Posto da Mata, entre a cidade e São Félix do Araguaia, distante 1.100 km de Cuiabá.
O conflito agrário envolvendo a reserva indígena de Marãiwatsede
mostra uma injustiça promovida com os cerca de sete mil moradores da
região, que construíram sua vida no local e agora, mais de 30 anos
depois, não tem para onde ir. Na Assembleia Legislativa, nos esforçamos
diariamente para sensibilizar o Governo Federal em revogar o decreto que
demarcou os 165 mil hectares da Gleba Suiá Missu como terra indígena
Marãiwatsede, na qual foi decidido pelo assentamento dos índios
xavantes.
Em esforço concentrado, os deputados estaduais se debruçaram nessa
questão para encontrar uma solução que atenda aos interesses dos
posseiros e dos índios: a transferência do povo indígena para outra área
mais adequada à etnia Xavante. Essa proposta está amparada por Lei, que
autoriza o Governo do Estado a acomodar os índios numa área de 230 mil
hectares, no Parque Estadual do Araguaia. Boa parte dos próprios índios
aceitaram a proposta, mas nem estes foram ouvidos. Além disso, houve
manifestações na tribuna por parte de todos os parlamentares, em
conjunto com o Governo do Estado, senadores e deputados federais de Mato
Grosso.
Trabalhamos coesos para impedir esta ação que pra mim é considerada
como uma das principais injustiças promovidas no Estado. Porém, após
reuniões em Brasília, no próprio Posto da Mata, o que se viu foi a falta
de vontade política da presidente Dilma Rousseff (PT), dos ministros da
Casa Civil, Gleisi Hoffmanm, da Justiça, Eduardo Cardozo, e da Fundação
Nacional do Índio (Funai). Esperamos que o Governo Federal ainda mude
de opinião e revogue este decreto, pois é muito triste ver as famílias
deixando seus lares onde construíram a sua vida e hoje, estão sem
perspectivas de futuro.
Neste dia 20 de dezembro, data em que Alto Boa Vista completa mais
um ano de emancipação político-administrativa, espero que as autoridades
nacionais se sensibilizem com a situação difícil destas inúmeras
famílias e diante do espírito de Natal, possam reconhecer o equivoco e
devolver a tranquilidade às pessoas que estão sendo forçadas a deixar os
seus lares.
Esperança para Alto Boa Vista.
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