O jornalismo indigenista: Como a imprensa perdeu a capacidade de informar sobre a Questão Indígena
Ontem me diverti muito com uma jornalista. Jornalistas brasileiros são muito divertidos porque se orgulham de alardear prenconcepções que juram ser fatos. São raros os que se ocupam de duvidar das verdades que carregam. Ao mosquear no Twitter me deparei com a informação da imagem acima postada no microblog pela "jornalista" Beth Begonha. Begonha se descreve assim no seu perfil: "âncora concursada da EBC. Só tinha uma vaga, então passei em primeiro lugar... Pós-graduada em Indigenismo pela UNB. Miolo Mole."
Begonha publicará hoje uma reportagem com o cacique Xavante Damião Paradzané, o líder da Terra Indígena Maraiwatsede demarcada pela Funai com os limites exatamente iguais aos limites da antiga Fazenda Suiá-Missu. Como os topógrafos que demarcaram a Fazenda nos anos 60 do século passado conseguiram acertar exatamente com os limites da terra Xavante é um mistério que nenhum "jornalista" jamais investigará. Begonha antecipou no Twitter como o Cacique Damião dirá que os Xavante foram retirados da Fazenda Suiá-Missu: a força.
Como eu sei que os Xavantes não foram retirados a força porque essa informação está no próprio laudo antropológico de criação da Terra Indígena que eu, ao contrário da jornalista, me dei ao trabalho de ler, eu disse isso a ela.
Veja a reação da jornalista:
Ao invés de atacar o argumento, atacou o interlocutor. Eu ainda me dei ao trabalho de dizer a ela que a informação está no laudo da antropóloga Iara Ferraz, responsável pela identificação da Terra Indígena. E vejam qual foi a reação dela:
Ela jura que sabe que os Xavantes foram retirados (a força) da área, mas ignora o nome da antropóloga que fez o laudo de identificação da Terra Indígena. É bem possível que ela tenha assistido o Documentário Vale dos Esquecidos e não tenha visto que a descrição do transporte dos Xavantes está também lá.
Logo depois dessa ultima postagem, Beth Begonha, a jornalista miolo mole e âncora concursada da Empresa Brasileira de Comunicação bloqueou o Questão Indígena no Twitter. Para quem não sabe, bloquear é um ato de fuga no microblog. Quando alguém não quer debater com um interlocutor capaz (e chato) é só bloqueá-lo. Foi isso o que a "jornalista" fez: fugiu da informação divergente ao factóide que ela carrega entre as convicções de estimação.
Os Xavantes que viviam no Cerrado das cabeceiras do Rio Tapirapé e Xavantinho, fora dos limites florestados da Fazenda Suiá-Missu, foram convencidos a ir para a Missão Católica de São Marcos por padres de igreja Católica e outros índios Xavantes aculturados que viviam na missão. Foram transportados em aviões da FAB com anuência do próprio Claudio Villas-Boas e sob a supervisão do Padre Italiano Pedro Sbadelloto. A informação esta fartamente documentada e a disposição de qualquer um que tenha curiosidade. Mas quem crê não duvida.
Imagem do dia em que os Xavantes foram trasportados para a missão
de São Marcos. Tem alguém amarrado? Tem alguém mostrando
desespero? Tem alguém tentando fugir?
Querem ver uma coisa que, nem a antropologia, nem o jornalismo de miolo mole explicam? Por que há relatos do suposto "transporte forçado" dos Xavantes, mas não há relatos de captura? Quer dizer que os índios foram forçados, expulsos da região do Tapirapé, mas ninguém teve que capturá-los para isso? Eles ficaram lá, parados, esperando que os demônios ruralistas os peassem e jogassem feito porcos, como gosta de dizer Damião, no C-47 da FAB?
Ao contrário dos jornalistas e indigenistas, os índios são muito espertos. Damião Paradzané aprendeu rápido que o discurso da expulsão favorecia a demanda pelo "retorno". A antropóloga Iara Ferraz diz que foram expulsos, Damião diz que foram expulsos, Beth Begonha não desconfia de ninguém e eis o factóide.
Beth Begonha pode bloquear o Questão Indígena no Twitter, mas ninguém possui a verdade para escondê-la.
Fonte: Questão Indigena
Ontem me diverti muito com uma jornalista. Jornalistas brasileiros são muito divertidos porque se orgulham de alardear prenconcepções que juram ser fatos. São raros os que se ocupam de duvidar das verdades que carregam. Ao mosquear no Twitter me deparei com a informação da imagem acima postada no microblog pela "jornalista" Beth Begonha. Begonha se descreve assim no seu perfil: "âncora concursada da EBC. Só tinha uma vaga, então passei em primeiro lugar... Pós-graduada em Indigenismo pela UNB. Miolo Mole."
Begonha publicará hoje uma reportagem com o cacique Xavante Damião Paradzané, o líder da Terra Indígena Maraiwatsede demarcada pela Funai com os limites exatamente iguais aos limites da antiga Fazenda Suiá-Missu. Como os topógrafos que demarcaram a Fazenda nos anos 60 do século passado conseguiram acertar exatamente com os limites da terra Xavante é um mistério que nenhum "jornalista" jamais investigará. Begonha antecipou no Twitter como o Cacique Damião dirá que os Xavante foram retirados da Fazenda Suiá-Missu: a força.
Como eu sei que os Xavantes não foram retirados a força porque essa informação está no próprio laudo antropológico de criação da Terra Indígena que eu, ao contrário da jornalista, me dei ao trabalho de ler, eu disse isso a ela.
Veja a reação da jornalista:
Ao invés de atacar o argumento, atacou o interlocutor. Eu ainda me dei ao trabalho de dizer a ela que a informação está no laudo da antropóloga Iara Ferraz, responsável pela identificação da Terra Indígena. E vejam qual foi a reação dela:
Ela jura que sabe que os Xavantes foram retirados (a força) da área, mas ignora o nome da antropóloga que fez o laudo de identificação da Terra Indígena. É bem possível que ela tenha assistido o Documentário Vale dos Esquecidos e não tenha visto que a descrição do transporte dos Xavantes está também lá.
Logo depois dessa ultima postagem, Beth Begonha, a jornalista miolo mole e âncora concursada da Empresa Brasileira de Comunicação bloqueou o Questão Indígena no Twitter. Para quem não sabe, bloquear é um ato de fuga no microblog. Quando alguém não quer debater com um interlocutor capaz (e chato) é só bloqueá-lo. Foi isso o que a "jornalista" fez: fugiu da informação divergente ao factóide que ela carrega entre as convicções de estimação.
Os Xavantes que viviam no Cerrado das cabeceiras do Rio Tapirapé e Xavantinho, fora dos limites florestados da Fazenda Suiá-Missu, foram convencidos a ir para a Missão Católica de São Marcos por padres de igreja Católica e outros índios Xavantes aculturados que viviam na missão. Foram transportados em aviões da FAB com anuência do próprio Claudio Villas-Boas e sob a supervisão do Padre Italiano Pedro Sbadelloto. A informação esta fartamente documentada e a disposição de qualquer um que tenha curiosidade. Mas quem crê não duvida.
Imagem do dia em que os Xavantes foram trasportados para a missão
de São Marcos. Tem alguém amarrado? Tem alguém mostrando
desespero? Tem alguém tentando fugir?
Querem ver uma coisa que, nem a antropologia, nem o jornalismo de miolo mole explicam? Por que há relatos do suposto "transporte forçado" dos Xavantes, mas não há relatos de captura? Quer dizer que os índios foram forçados, expulsos da região do Tapirapé, mas ninguém teve que capturá-los para isso? Eles ficaram lá, parados, esperando que os demônios ruralistas os peassem e jogassem feito porcos, como gosta de dizer Damião, no C-47 da FAB?
Ao contrário dos jornalistas e indigenistas, os índios são muito espertos. Damião Paradzané aprendeu rápido que o discurso da expulsão favorecia a demanda pelo "retorno". A antropóloga Iara Ferraz diz que foram expulsos, Damião diz que foram expulsos, Beth Begonha não desconfia de ninguém e eis o factóide.
Beth Begonha pode bloquear o Questão Indígena no Twitter, mas ninguém possui a verdade para escondê-la.
Fonte: Questão Indigena
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