Assim é o Brasil que empossa na Câmara dos Deputados um indivíduo condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 6 anos e 11 meses por corrupção ativa e formação de quadrilha no escândalo do Mensalão. Esse sujeito é o ex-guerrilheiro José Genoíno (PT/SP), que chega ao plenário com a renúncia de um parlamentar.
Assim é o Brasil que estabeleceu esta sexta-feira como limite para que os brasileiros que vivem mansa, ordeira e pacificamente na antiga Fazenda do Papa – agora denominada terra indígena Marãiwatsede – deixem suas casas, lavouras e seu ambiente social, sob pena de serem retirados na ponta das baionetas.
Mato Grosso vive hoje um dia de dor, vergonha, indignação, tristeza, luto e desencanto com o Estado Brasileiro e a classe política mato-grossense.
Dor solidária com os brasileiros expulsos de uma área que pertencia a uma empresa laranja do Vaticano, que a “doou” aos xavantes com se essa decisão unilateral não tivesse implicações sociais no Brasil.
Vergonha por cumprirmos uma lei elaborada, fiscalizada e aplicada por insensíveis cidadãos aqui nascidos.
Indignação pela crueldade ao botar no olho da rua bebês, crianças, idosos, gestantes, mães amamentando, portadores de necessidades especiais, jovens e mulheres e homens na plenitude da vida.
Tristeza pelo que ora acontece aos brasileiros residentes na zona urbana de Estrela do Araguaia e na área rural da antiga da Fazenda do Papa, agora transformados em reserva dos xavantes. Tristeza também pelo que acontecerá amanhã em várias outras regiões mato-grossenses, porque Marãiwatsede é apenas a primeira peça derrubada do dominó que planeja o esfacelamento territorial brasileiro.
Luto pela omissão do governo de Mato Grosso, da bancada federal mato-grossense, da Assembleia Legislativa, da Associação Mato-grossense dos Municípios, das igrejas católicas e evangélicas, da União das Câmaras Municipais, da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) e de tantas outras instituições públicas ou não, que não souberam, não quiseram ou não tiveram coragem para levantar a bandeira do enfrentamento montando barricadas cívicas e exercendo pressão política pela manutenção do status quo na antiga Fazenda do Papa.
Desencanto com o Estado Brasileiro e os políticos mato-grossenses porque eles se completam e desse incesto nascem as decisões hitlerianas iguais a essa que sangra Mato Grosso.
Fazenda do Papa, Fazenda Suiá Missú ou Marãiwatsede. Não importa o nome que se dê àquela região, que breve poderá se transformar numa das partes da grande confederação multiétnica indígena que as potências internacionais planejam criar no coração do Brasil, conforme preceitua a Carta das Nações da ONU, da qual o governo brasileiro (por ordem) de Luiz Inácio Lula da Silva é signatário.
Hoje é a Fazenda do Papa. Jarudore será a próxima vítima – provavelmente ainda neste ano. Enquanto isso as atenções de Mato Grosso estão voltadas ao noticiário que fala com destaque sobre a eleição de João Emanuel (PSD) para presidir a Câmara de Cuiabá, da briguinha por holofotes entre o senador Pedro Taques (PDT) e o deputado Valtenir Pereira (PSB) e outras futilidades.
Os atingidos com a criação de Marãiwatsede na antiga Fazenda do Papa e os demais cidadãos do Vale do Araguaia são vítimas tanto do Estado Brasileiro quanto dos políticos mato-grossense. Quando nada essa gente precisa lutar pela desintrusão de Mato Grosso em sua região.
Eduardo Gomes de Andrade - Editor da revista e site MTaqui
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